Robôs avançados fabricados na China, com capacidades assustadoramente realistas, estão prestes a entrar no mercado global. Legisladores dos EUA já estão exigindo que esses robôs sejam proibidos no país.
Várias empresas chinesas começaram a produzir robôs humanoides que podem carregar caixas, se mover rapidamente e até replicar expressões faciais humanas. A Unitree Robotics, uma empresa líder, desenvolveu um robô que custa US$ 90.000 e pode correr a velocidades de até 18 km/h. Uma versão mais barata, de US$ 16.000, é capaz de suportar socos e chutes, além de girar um bastão. Outras empresas chinesas também estão desenvolvendo produtos semelhantes.
Jacob Helberg, membro da influente Comissão de Revisão Econômica e de Segurança EUA-China, que ajudou a aprovar uma lei para forçar a venda ou proibição do TikTok, é uma das principais vozes alertando o Congresso sobre os perigos desses robôs. Segundo Helberg, os avanços na tecnologia humanoide aconteceram “incrivelmente rápido”.
“Estamos a 12 meses de um momento como o do ChatGPT, quando o mundo finalmente acordará para essa questão,” disse Helberg.
Ele alerta que, conforme esses robôs se tornam mais avançados, o Partido Comunista Chinês ou agentes patrocinados pelo Estado podem usá-los para espionagem, sabotagem de infraestruturas críticas e, nos piores cenários, até para agressões físicas.
“Eles podem estrangular alguém enquanto dorme,” disse Helberg “Podem causar danos físicos e destruir propriedades. Se o TikTok é um balão espião chinês no seu bolso, os drones chineses em solo americano estão prestes a ser um exército furtivo na nossa terra,” acrescentou.
Em junho, Helberg e Steve Scalise, líder da maioria na Câmara, participaram de um evento onde Scalise afirmou que a ameaça dos robôs humanoides chineses era “real e muito preocupante.”
Alguns especialistas acham esse aviso exagerado. Paul Rosenzweig, ex-secretário assistente adjunto da Segurança Interna, disse que robôs humanoides assustadores “ainda estão longe de ser uma realidade.” Ele acredita que há questões mais urgentes com as quais se preocupar em relação à China, como a concorrência em IA e o acesso à tecnologia e dados americanos.
A Unitree, sediada na China, desenvolveu um robô humanoide que pode correr a até 17 km/h.
John Moolenaar afirmou que o risco dos robôs chineses “não é ficção científica” e que a China está usando a mesma estratégia de sempre: subsidiar uma indústria, inundar mercados estrangeiros com preços baixos para eliminar a concorrência e depois usar esse domínio para promover os interesses do Partido Comunista Chinês.
No passado, preocupações com a exploração de tecnologia aparentemente inofensiva pelo Partido Comunista Chinês levaram o Congresso a colocar a gigante de telecomunicações Huawei na lista negra e a exigir que a ByteDance vendesse o TikTok.
Katie Britt disse que está “trabalhando em uma solução legislativa” para evitar cenários de pesadelo. “Considerando que o FBI abre um novo caso de contrainteligência contra a China duas vezes por dia, esse número aumentará drasticamente se o PCC puder enviar robôs humanoides para os EUA,” acrescentou.
Conforme relatado, legisladores temem que a China ou outros atores estrangeiros possam explorar as fraquezas dos dispositivos conectados à Internet. Drones e outras formas de guerra automatizada estão se tornando cada vez mais importantes em campos de batalha modernos, como os vistos na guerra entre Rússia e Ucrânia e entre Israel e Hamas.
Durante a Conferência Reindustrialize em Detroit, Scalise comparou os riscos de segurança dos robôs chineses àqueles que levaram o Congresso a agir contra Huawei e TikTok. “Sem ação política, a China rapidamente eliminará os concorrentes americanos e nos fará depender de robôs humanoides controlados pelo PCC,” disse Scalise.
Empresas americanas, como a Figure e a Tesla, também estão desenvolvendo seus próprios robôs humanoides. Elon Musk afirmou que os humanoides da Tesla poderiam eventualmente levar o valor de mercado da empresa a incríveis US$ 25 trilhões e previu que haverá 20 bilhões de robôs humanoides no futuro.
Fonte: New York Post
